Coronavírus: A Quarentena ao Redor do Mundo
Como a pandemia do Coronavírus está afetando os brasileiros que vivem no exterior?
Passagens aéreas canceladas, contratos anulados e diminuição de investimentos estão fazendo com que várias pessoas repensem inteiramente seus planos para 2020.
Neste post, entrevistamos vários blogueiros que vivem fora do Brasil.
Queríamos saber como a crise do coronavírus tem se desenrolado em diversos países - e como a pandemia está afetando a rotina das pessoas que vivem no exterior.
Veja como está a situação na Itália, Espanha, Reino Unido, Holanda e Jamaica da boca de pessoas que moram lá, sem o viés da mídia tradicional.
Também falamos um pouco da nossa experiência em Singapura.
Coronavírus: Quarentena no Mundo
Singapura
Estávamos em Xi’An, na China, quando os primeiros casos foram identificados em Wuhan.
Voltamos pra casa no dia 08 de Janeiro e escapamos por pouco do isolamento obrigatório que logo seria imposto à todos os passageiros provenientes da China. Na primeira semana do surto, essa medida ainda não existia.
No dia 11 de Janeiro, morria a primeira pessoa infectada em Wuhan. Logo em seguida, no dia 23 de Janeiro, o primeiro caso de Coronavírus foi identificado em Singapura.
No começo, todos os contatos dos casos positivos eram testados e colocados em isolamento obrigatório. Para o resto da população, a vida continuava normal.
Singapura tinha um excelente sistema de contact tracing e testava absolutamente todos os suspeitos, dessa forma, tudo parecia sob controle.
As 2 primeiras mortes em Singapura só ocorreram no dia 21 de Março, quase 2 meses depois do primeiro caso confirmado.
No final de Março, explosões de casos descontrolados da doença ocorriam na França e Itália. Residentes de Singapura voltando da Europa para a casa re-infectavam o país que estava quase zerando os casos.
Nesta data, não se sabia ainda que pessoas assintomáticas (sem sintomas) poderiam transmitir o vírus.
No dia 07 de Abril de 2020, o governo de Singapura precisou impor a quarentena, aqui chamada de “circuit breaker”.
Hoje Singapura está testando agressivamente milhares de pessoas por dia, o que está resultando em mais casos positivos do que em países onde os testes só são empregados quando os pacientes já estão doentes.
O resultado é que agora existem milhares de pessoas positivas, muitas delas ainda sem os sintomas, ou com sintomas leves. Felizmente todas elas estão sendo isoladas e estão recebendo seus salários, para que não precisem trabalhar.
Na data da publicação deste post (13 de Abril 2020) Singapura somava 8 mortos no total.
O impacto do coronavírus afetou bastante meu trabalho no Tripping Unicorn desde o dia 01.
Por se tratar de um blog especializado em viagens no Sudeste Asiático, a maioria dos tours e passeios que vendíamos foi interrompida muito cedo, já em Janeiro. Felizmente o blog não é a minha atividade principal.
Hoje, no tempo livre, estou praticando meditação e escrevendo ensaios para artigos não-relacionados à viagem. Estamos bem, apesar da preocupação com a família que continuou no Brasil.
Percebi que “viajar para se divertir” se transformou em uma coisa totalmente sem sentido em 2020, e talvez continue a ser assim no ano que vem.
Será que algo positivo pode ser extraído dessa experiência?
Acredito que com sorte as novas gerações poderão aprender algumas lições sobre a globalização. Apesar de vivemos em um mesmo planeta, os diferentes países ainda ignoram completamente o que acontece com os vizinhos.
Muita gente olhava para o que estava acontecendo na Ásia como se aquilo não lhes dissesse respeito. E isso acontece ainda, mesmo com pessoas que se declaram “cidadãs do mundo”.
Com certeza muitos governantes poderiam ter evitado milhares de mortes em seus respectivos países se tivessem tido a humildade de observar como a crise estava sendo gerenciada logo no início, na China.
Colocar em prática um plano de reservas financeiras para arcar com os custos de uma paralização também deveria ser ter sido considerado.
O “dinheiro do estado” vem da arrecadação de impostos. Deveria retornar para ajudar a quem precisa neste momento.
Todos os países afetados tardiamente tiveram quase 2 meses para fazer esse planejamento.
Alguns governantes simplesmente não fizeram a lição de casa.
Itália
Carolina Martins, do blog Descubra Milão mora na cidade de mesmo nome já alguns anos.
Ela conta que os dois primeiros casos na Itália (um casal de chineses) foram confirmados no dia 30 de janeiro e o primeiro caso de um italiano foi confirmado no dia 18 de fevereiro.
Logo que o primeiro casal foi confirmado positivo, todos os voos (ida e volta) da China foram bloqueados por noventa dias.
No dia 23 de fevereiro foram criadas as medidas para proibir a entrada e saída nos municípios onde ocorreram os surtos. Esses municípios eram chamados de "zonas vermelhas".
Apesar destas medidas, No dia 26 de fevereiro, a Lombardia, região da Itália onde fica Milão, já contabilizava 258 casos e 12 mortes.
O prefeito de Milão apoiava a campanha #MilãoNãoPara preocupado com o impacto econômico no país. Essa campanha incentivava o comércio a permanecer aberto.
Um mês depois da campanha foram contabilizados 34.889 casos e 4.861 mortes. O resto é história.
Coronavírus em Milão
As primeiras medidas não nos afetaram muito, pois Milão não foi uma das primeiras cidades que se tornaram zona vermelha.
A única coisa que nos afetou nesse primeiro momento foi a suspensão de alguns eventos em que iríamos trabalhar.
Quando a Itália inteira fechou, ninguém mais podia sair de casa (exceção ir ao supermercado e farmácia). Também não era mais possível visitar amigos ou nossos lugares preferidos da cidade.
Saber que muitas pessoas estão ficando doentes e morrendo com certeza impacta bastante a vida de qualquer um.
Temos um blog sobre Milão e nosso dia a dia era mostrar a cidade, ir a eventos, fotografar, encontrar clientes.
A quebra de rotina, o fato de ter que trabalhar em casa - e só sairmos para ir ao supermercado uma vez por semana (apenas uma pessoa da família) afetou bastante nossa vida profissional.
Apesar disso, sigo morando em Milão e vou continuar. A Itália me acolhe há anos e não vou deixá-la para trás por motivo algum.
Acredita que algo positivo possa ser extraído dessa experiência?
Espero que o sistema de saúde mundial melhore e fique mais preparado para quaisquer próximas surpresas depois dessa pandemia.
Algumas pequenas coisas podem mudar no futuro, mas no geral será o mesmo. Na correria do dia a dia, tudo isso vai acabar ficando distante e distante, até todo mundo voltar as suas próprias rotinas.
Infelizmente (e às vezes felizmente) o mundo tem memória curta.
Espanha
Suzana Paquete, do blog That Good Trip mora em Madri há 15 anos.
Ela conta que os primeiros casos começaram a aparecer em Madri no comecinho de Março.
Treze dias depois eles entraram em quarentena. As aulas nas escolas e universidades foram suspensas, mas os restaurantes, bares e parques continuaram abertos.
Esses locais ficavam lotados de pessoas que achavam que estavam de férias, até que decidiram fechar tudo e impor medidas mais restrictivas.
Coronavírus em Madri
O maior impacto aconteceu quando fomos impedidos de sair às rua pra caminhar. Exceção para as pessoas que tivessem intenção de ir ao mercado, farmácia ou levar o cachorro fazer as necessidades.
Eu moro em um apartamento de 40 m2 e fazer atividade física em um espaço assim não é a mesma coisa. Sinto que já tenho menos capacidade pulmonar.
Tive que cancelar passagens, alguns eventos foram reprogramados pra outra data, mas achei que todas as empresas envolvidas foram éticas devolvendo o dinheiro, mesmo o das reservas que não permitiam cancelamento.
Cancelei aulas presenciais e muitos alunos estão sem ânimo para aulas online (inclusive a professora, que sou eu).
Como já não posso caminhar na rua, comecei a descobrir, com dicas de amigos, canais do Youtube de aulas de Zumba, por exemplo. Nunca tive curiosidade de provar, mas agora, por necessidade, provei e gostei!
Também deixei as redes sociais em segundo plano, postando sobre outros assuntos em lugar de postar sobre viagens.
Retomei minha prática de Lettering através de Lives no Instagram, e estou adorando.
Acredita que algo positivo possa ser extraído dessa experiência?
Com certeza. Estamos aprendendo a ser mais pacientes, mais empáticos, a olhar pra dentro de nós mesmos e descobrir como reagimos a uma situação assim.
Estamos vivendo a vida de outra maneira, descobrindo novas aptidões, resolvendo problemas e vendo que somos afortunados por termos tudo: um teto, comida, internet e amigos com quem falar.
Acredito que depois dessa pandemia, o mundo mudará para melhor.
O teletrabalho, as aulas online, o contato com os vizinhos... há infinitas maneiras diferentes de fazer as coisas que estamos descobrindo agora e que precisam ter continuidade depois da pandemia.
Inglaterra
A Camila atualmente mora em Londres e tem um blog com seu nome, Camila Latorre.
Ela conta que o primeiro caso foi diagnosticado no Reino Unido no dia 31 de Janeiro. As primeiras medidas governamentais só ocorreram em Março, quando alguns locais foram fechados.
Atendimentos médicos sem gravidade logo começaram a ocorrer por telefone.
Coronavírus em Londres
Eu já fazia compras pela internet há alguns meses. Houve um direcionamento de preferência a idosos para esses serviços e me vi sem uma compra de 15 dias, que já havia sido paga inclusive.
Tivemos que correr num mercado próximo e alguns itens comuns do dia-à-dia já não estavam mais disponíveis.
Aconteceria um evento importante em Barcelona e a nossa ida (marido e eu) em Março de 2020 já estava definida desde Dezembro de 2019. O evento foi cancelado no portão de embarque e a possibilidade de ocorrer um lockdown em Barcelona nos fez desistir da viagem.
Quando o lockdown foi iniciado em Londres nós já estávamos em quarentena (pois havíamos ido ao aeroporto).
Logo depois, quando os restaurantes foram fechados (Mcdonalds e KFC principalmente) não trabalhei mais. Como sou autônoma, estou sem renda desde então.
Estávamos planejado voltar ao Brasil em abril, porém com os cancelamentos, não tivemos alternativa.
Acredita que algo positivo possa ser extraído dessa experiência?
Espero do fundo do meu coração que as pessoas voltem a valorizar os cientistas.
Também gostaria que o capitalismo fosse repensado, uma vez que a crise ecônomica também será um desafio. Pedir que o Bozo e o Trump caiam pode ser sonhar demais? rsrs
Não tenho certeza de que o mundo voltará ao normal. Acho que teremos no curto e médio prazo boas notícias, a economia vai estar ruim, as pessoas traumatizadas. A área do turismo está perdendo o propósito…
Talvez no longo prazo as viagens de lazer, para conhecer o mundo, voltarão.
Acredito que em 5 anos talvez as pessoas não tenha mais tantos cuidados em lavar as mãos, limpar as embalagens. A grande maioria irá esquecer.
Jamaica
Guilherme Tetamanti, do blog Quero Viajar Mais passava o inverno nos Estados Unidos com a namorada quando os primeiros casos de coronavírus foram confirmados no país.
Eles já tinham passagens compradas para a Jamaica para o dia 17 de Março, quando uma semana antes, no dia 10, o primeiro caso foi confirmado.
Ele conta que quando chegaram no país, haviam apenas 12 casos, e o governo Jamaicano agiu rápido.
A comunidade afetada pelos casos entrou em quarentena e foi isolada. O Ministro da Saúde tomou medidas sérias e eficazes para conter a contaminação.
Entre ficar nos Estados Unidos, que estava a ponto de explodir, voltar para o Brasil, ou ir para a Jamaica, Guilherme decidiu que o mais seguro naquele momento seria ir para a Jamaica.
Ele conta que nesse meio tempo, no Brasil, aconteciam manifestações contra a quarentena, com apoio do presidente.
Hoje ele tem certeza de que escolher a Jamaica foi a melhor decisão que poderia ter tomado.
Coronavírus em Negril
Logo depois que cheguei, quase não haviam voos, as fronteiras já estavam praticamente fechadas.
O que me pareceu mais inteligente, foi exigir, sob pena de multa de 10 mil dólares, que todas as pessoas que entrassem no país em determinadas datas registrassem sua situação no site oficial do governo.
Inseri informações como dados pessoais, endereço na Jamaica e respondi perguntas sobre minha saúde e o meu isolamento social.
Ao final, recebi uma mensagem de que não precisaria fazer o teste de Coronavírus. Ou seja, somente quem apresentava sintomas era direcionado para o hospital (ou unidade de saúde).
Hoje, em Negril, há um toque de recolher entre 9 da noite e 5 da manhã. Além disso, muita coisa está fechada.
O faturamento da minha empresa caiu para zero. Meus colaboradores já faziam home office, desde sempre, mas fui obrigado a diminuir em 50% o trabalho.
Cortei todos os freelancers e gastos com marketing. Assim conseguirei manter a empresa aberta até o fim do ano, sem maiores cortes.
Sigo na Jamaica, pois os casos aqui estão numa curva de crescimento lento. Hoje são 73 casos confirmados, mas quase todos no outro lado da ilha.
Tenho seguro viagem e conheci a dona de um hotel que está em reforma. Aluguei um quarto por um preço bem razoável e a ideia é ficar, monitorando a situação até achar que vale a pena voltar para o Brasil.
Como turista, posso ficar 3 meses, com possibilidade de extender o visto por mais 3.
Como fiquei sem perspectivas com o turismo nos próximos meses, estou aproveitando para estudar o mercado financeiro e fazendo um curso online para me tornar day trader.
Acredita que algo positivo possa ser extraído dessa experiência?
Sim, o mundo será diferente. Mais e mais pessoas terão consciência de que vivemos no mesmo lugar, conectados.
Quem sabe teremos um mundo mais justo e com menor desigualdade social. Que os pais valorizem mais o tempo com os filhos, ao invés de deixá-los em stand by em frente ao iPad.
Que todos saibamos valorizar mais o nosso tempo, que no final das contas sempre foi nosso bem mais precioso.
O mundo vai voltar ao normal, mas vai demorar. Somente com uma vacina segura e eficaz, nos sentiremos 100% seguros novamente.
Brasil
Cintia mora com o marido e 2 filhos em São José dos Campos, a cerca de 100 km de São Paulo.
Seu blog, Entre Mochilas e Malinhas tem foco em passeios e viagens em família.
Ela conta que o prefeito de sua cidade se alinhou às diretrizes estaduais desde o princípio. O isolamento social começou no dia 18 de março, mesmo dia em que foi confirmado o primeiro caso de coronavírus na cidade.
Também no dia 18 foi declarado estado de emergência e desde então escolas, restaurantes e comércio em geral estão fechados.
Coronavírus em São José dos Campos
O último dia em que saímos todos juntos foi dia 15 de março, aniversário da minha sogra que mora em outra cidade. Desde então, as crianças não vão à escola, não descem na área comum do prédio onde moramos nem saem de casa.
Eu só saio (sozinha) para o essencial. Com todas as atividades suspensas sem ser férias de verdade e sem poder sair de casa, demoramos para estabelecer uma nova rotina.
A escola antecipou as férias de julho mas eles sentem falta das atividades e reclamam que todo dia é igual. O lado bom é que encontraram na companhia um do outro uma forma de se consolar e brincam muito juntos (têm 10 e 7 anos).
Depois de um período de muito desânimo e falta de vontade de escrever, voltei a trabalhar no meu blog, finalizando rascunhos e revendo posts antigos.
Optei por me informar o mínimo possível apenas para não ficar completamente por fora das notícias, pois o excesso de informação começou a me fazer mal. Sinto todo mundo muito exaltado - nas redes sociais, nos grupos de whatsapp, na televisão.
Vejo governantes se aproveitando da situação em proveito próprio, menosprezando a gravidade da doença e a vida das pessoas. Meu coração se aperta em ver tanta gente morrendo sem que a família possa se despedir.
Me irrito bastante com o excesso de lives, de cursos online, de sugestões de atividades para as crianças, de coisas para preencher o tempo.
Sinto muita falta da empolgação de planejar um passeio e da liberdade de poder pô-lo em prática. Sinto muito medo de ficar doente ou ter alguém doente na família.
A sensação é que a vida está em Pause sem data para o Play - e para alguém que gosta de planejar as coisas como eu, chega a ser desesperador às vezes.
Acredita que algo positivo possa ser extraído dessa experiência?
Confesso que estou bastante reticente quanto a encontrar aspectos positivos nessa situação toda.
A única unanimidade nisso tudo é a capacidade da natureza em se recuperar rapidamente. Fico fascinada com as notícias de rios que voltaram a ter peixes, céus azuis agora livres da poluição, animais passeando livremente.
Também a (re)valorização da ciência, que andava meio fora de moda no mundo todo.
Conversamos bastante sobre isso em casa e percebo que meus filhos têm plena noção do impacto da atividade humana no planeta.
De resto, seguimos fazendo a única coisa que podemos fazer nesse momento: ficamos em casa, tentando dar a nossa contribuição para evitar a rápida propagação desse vírus.
Holanda
A Sheila, do blog Dicas de Paris mora atualmente em Haia.
Segundo ela, o primeiro caso foi conformado no dia 27 de Fevereiro e a pimeira recomendação do governo foi no sentido de evitar apertar as mãos de outras pessoas.
Logo em seguida foram fechados restaurantes, bares, academias e clubes de sexo. Segundo ela, na Holanda, tudo tem que ser bem especificado!
Por pressão da população, fecharam as escolas. Apenas mantiveram abertas para crianças cujos pais trabalham em serviços essenciais (incluindo profissionais de saúde).
Coronavírus em Haia
Me mudei para Holanda em junho do ano passado.
Decidi começar a procurar emprego em janeiro de 2020 e em fevereiro comecei a fazer entrevistas. Em seguida começou o bloqueio e os processos seletivos foram suspensos.
Outra medida que me impactou foi o fechamento das academias de ginástica. Comecei a me aventurar mais andando de bicicleta. Claro que seguindo as orientações do governo de manter 1,5m de distância de outras pessoas, e não podemos sair mais de 3 pessoas da mesma família juntos.
Também me afetou bastante a medida subsequente de não poder receber mais de 2 pessoas por vez como visitantes em casa.
Na Holanda, a vida social acontece muito mais dentro das casas do que fora. Então não posso mais receber meus sogros ou visitá-los, e também não podemos visitar amigos.
Voltar para o Brasil não faz parte dos meus planos. Meu marido é Holandês. Estávamos a poucos dias de comprar as passagens para que minha mãe e irmão viessem nos visitar vindos do Brasil.
Agora está tudo incerto, e tenho medo de não ver minha família pessoalmente tão cedo.
Me preocupo com as restrições de viagens que serão feitas a partir de agora, e também o preço de viajar que pode se tornar inviável.
Acredita que algo positivo possa ser extraído dessa experiência?
A primeira lição é que realmente estamos todos juntos nesse planeta, e não podemos nos considerar uma ilha. Todos afetam todos.
Não podemos pensar apenas em nós mesmos, nossas famílias, nossos próprios países. Temos que pensar como humanidade.
Nenhum de nós, por mais poderoso que seja, não somos melhores que ninguém. Na hora da dor, somos todos iguais.
Não acredito que o mundo será o mesmo, depois dessa pandemia. Não acredito que voltaremos ao que éramos antes.
Essa pandemia vai trazer uma grande mudança em tudo o que a humanidade já viveu. Como grandes eventos históricos que mudaram o curso da história, acho que com essa pandemia não será diferente.
Não sei para onde iremos a partir daqui, mas não retornaremos para o mesmo lugar.
Oie, meu nome é Patti
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