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Como Fugir dos Turistas em Angkor Wat?

DEVA EM ANGKOR THOM | PATTI NEVES

Quem vê o pacifico Deva da imagem acima não imagina a quantidade de turistas na área de Angkor Wat, em Siem Reap.

Parece lógico, ninguém que tivesse a oportunidade de passar por lá em sã consciência deixaria de visitar uma das construções religiosas mais impressionantes do mundo, de tal importância que aparece até na bandeira do Camboja. 

Só em 2015, foram mais de 2 milhões de visitantes, segundo o Business Insider.

Onde Fica o Templo Angkor Wat?

Pouca gente sabe, mas Angkor Wat é somente UM templo em um complexo de mais de mil templos, canais, túmulos e santuários espalhados por quase 250 km quadrados.

Uma enorme cidade de 700 anos de idade, pra Indiana Jones nenhum botar defeito!

Angkor Wat se localiza a 5,5 km da cidade de Siem Reap, no Camboja.

Sua fama advém do fato de que ele é o maior e mais bem preservado templo dos que constituem o complexo Angkor.

É também o único com importante significado religioso - inicialmente hindu, e em seguida budista - desde a sua fundação.

Angkor Wat, no mormaço escaldante do meio dia. Foto: Patti Neves

Angkor Wat: Templos

Angkor Wat (Templo da Cidade), construído para o rei Suryavarman II no início do século XII é o único templo de Angkor que permaneceu como centro religioso desde a sua construção.

A entrada do templo de Ta Som. Foto: Patti Nevs

As impressionantes faces do Bayon Temple. Foto: David Mattatia

1. Porque devemos fugir dos turistas em Angkor Wat

Mas porque fugir dos turistas em Angkor Wat?

Estou me achando a diferentona?

A última bolacha do pacote?

Não. Convenhamos que a experiência de visitar (e poder fotografar) um templo com algum ou outro viajante, um ou outro casal, é muito diferente de ter que lidar com os ônibus de excursão trazendo centenas de pessoas de uma vez só.

Excursões não seriam um grande problema, se as pessoas não chegassem todas ao mesmo tempo, falando alto (algumas vezes gritando), bloqueando os caminhos e tapando completamente a visão.

E me desculpem se não parece politicamente correto, mas:

  • Cada pessoa chega com um self-stick, uma câmera, um celular e mais a família toda

  • A pessoa vai querer a foto na frente de cada templo, de preferência sozinha, depois com a sogra, outra com o grupo...

  • Todo mundo vai se deslocar em blocos, se acotovelando, pisando no seu pé, e normalmente você não vai ouvir "sorry"

Excursão no templo de Ta Prohm (Tomb Raider). Foto: Patti Neves

Tudo isso à 35 C e 80% de humidade, todo mundo suando em bicas...

Foi pra isso mesmo que você foi até lá?

Solução utópica:

A administração local proibir a entrada de grupos grandes.

Solução prática: 

Você cair fora desse esquema... o mais rápido possível.

Ta Prohm, nos raros momento de calma. Foto: Patti Neves

Então por onde começar?

Escolhendo exatamente o que você quer ver.

2. Templos para visitar em Angkor

No nosso caso, decidimos usar um guia detalhado classificando os templos por ordem de importância em 3, 2 e 1 estrelas e estabelecemos nossa prioridade:

  • 3 Estrelas: Angkor Wat, Angkor Thom, Bayon, Prea Khan, Ta Phrom (Tomb Raider)

  • 2 Estrelas: Neak Pean, Ta Keo, Pre Rup, Banteay Kdei

  • 1 Estrela: Phnom Bakheng, Ta Som, La Terrasse des Élephants, Baksei Chamkrong

Claro que existem muitos outros templos nessa lista. Em um roteiro de 3 dias você poderá fazer todos acima, e até mais do que isso, com muita tranquilidade.

Escolhemos inverter o sentido normal das excursões e tivemos algumas horas de sossego.

Bayon, uma das jóias do itinerário. Foto: David Mattatia

3. Como organizar a ordem da visita

Você poderá fazer teu itinerário com um tuk tuk driver, scooter, ou bike, dependendo do seu tempo.

Como não tínhamos muito tempo (e uma corrida de tuk tuk custa somente US$ 15-20/dia), optamos por essa opção. 

Na verdade a maioria dos tuk tuks já tem um itinerário próprio e... o melhor negócio que você pode fazer é não seguir o roteiro pré-determinado deles.

Eles vão tentar te vender o "grande circuito", o "pequeno circuito" , "o nascer do sol em frente ao Angkor" etc... 

Macacos posando para fotos na área externa de Bayon. Foto: Patti Neves

Resumindo: não faça o que todo mundo faz. 

O roteiro dos tuk-tuks e excursões é assim: 

As pessoas saem dos hotéis as 4-5 da manhã, se encontram com a muvuca na frente do West Gate (Angkor), esperam até as 6h para ver o nascer do sol em frente ao Angkor Wat. Depois elas visitam o Angkor por dentro, em seguida o Angkor Thom (sentido horário) na parte da manhã, depois Bayon (meio dia), Ta Prohm no meio da tarde e finalmente terminam no Pnom Bakheng para o inferno do pôr do sol haha (estou exagerando um pouco).

Note que o itinerário pode variar um pouco, e um outro templo altamente cotado para o pôr do sol é o Pre Rup. Portanto à evitar no horário de pico.

Disclaimer: Este post não engloba templos mais afastados, que são bem mais calmos, como os de Rolous. A intenção é cobrir somente o básico para quem visita pela primeira vez. 

By Hobe / Holger Behr , Public Domain.

4. Tá bom, mas qual é o roteiro ideal então, sabichona?

Se eu fosse uma expert, não teria tirado a foto da maré humana acima (encontrada totalmente por acaso), mas basicamente diria para desencanar de ver o nascer do sol no Ankor Wat ou pôr do sol nos templos Pnom Bakheng ou Pre Rup. 

Começar do final (templos do pôr do sol pela manhã) e fazer tudo ao contrário é uma dica que funciona mais ou menos bem.

Como aconteceu com a gente no primeiro dia, pode acontecer de trombar um grupão em um dos templos, mas se você não é Jesus, provavelmente não vai gostar andar no meio de uma multidão o dia todo, por isso não entre nesses circuitos pré-determinados.

Se você for ao Angkor Wat ao meio dia (por exemplo) e não pela manhã cedo, terá mais chances de ver o lugar vazio.

Se deixar pra lá essas missões improváveis de ver o pôr do sol naquele lugar "imperdível", verá que o sol se põe do mesmo jeito e ainda mais bonito em lugares mais tranquilos (por exemplo, a ponte de Angkor Thom, com os Devas).

Ponte de Angkor Thom no pôr do sol. Foto: David Mattatia

Obs: se você tiver dúvidas de onde ir ou quiser se conectar com outros viajantes no Camboja, participe do nosso grupo Facebook Viajantes no Sudeste Asiático . Eu mesma administro o grupo, que conta com vários expatriados morando na área.

5. E o que mais tem pra fazer em Siem Reap?

Aqui já não prometo fugir de turistas, pois à essa altura todo mundo já sacou que Siem Reap é simplesmente o lugar mais turístico do Camboja.

Além da tumultuada Pub Street, e do suposto drink favorito de Angelina Jolie no Red Piano (tá bom eu confesso que após ter tomado váaaarios, finalmente ganhei um free), não descobrimos muito pra fugir do óbvio, principalmente quando se tem somente 3 dias na cidade.

A coisa mais bacana de todas foi ter assistido um espetáculo de circo em uma cooperativa local apoiando os jovens talentos. O espetáculo PHARE, realmente nos surpreendeu. 

O show Khmer Metal, ousado para padrões asiáticos, tinha uma temática interessante sobre alcoolismo, homossexualidade e outros assuntos do Camboja atual.

Com certeza um espetáculo para não deixar de ver!

Phare, um espetáculo bem bacana em Siem Reap. Foto: Patti Neves

Outras alternativas noturnas incluem o infame Night Market e os petiscos a base de insetos.

Vai encarar?

Eu não comi, mas conheço gente que comeu ha ha (aguardem o vídeo no YouTube em breve)...

Insetos (e serpentes) fritos no Camboja. Foto: Patti Neves

6. Informações Práticas (hotel, Tuk Tuk e outros)

Nosso Mr. Tuk Tuk, Vong Sa (telefone na foto abaixo) foi bem paciente e apesar do inglês limitado e nos levou a todos os lugares que queríamos.

Sobre alojamento, existe de tudo, do mochileiro ao resort de luxo.

Optamos por escolher uma pousada local próxima a Pub Street, pois não queríamos ficar muito longe dos bares e restaurantes.

Escolhemos o Vihara residence. Foi tranquilo, o café da manhã era decente (incluído) e tivemos como relaxar bastante entre uma visita de templo e outra. 

Para os backpackers de carteirinha existem centenas de opções econômicas. Recomendamos um espaço de coworking para nômades digitais (com piscina) que é super cool (10 US$ a diária) e você pode conferir na lista de poshtels na Ásia. 

Para finalizar, se precisarem de uma trilha sonora especial, notem que o Camboja era o centro da cena psicodélica asiática nos anos 60, misturando (e em alguns casos copiando) as influências musicais que chegavam dos EUA com a guerra do Vietnã.

Você pode ouvir estrelas como Sin Sisamouth, Pan Ron e Ros Sereysothea na compilação Rough Guide To Psychedelic Cambodia no Spotify:

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Roteiro para fugir dos turistas em Angkor Wat. Foto: Patti Neves

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